quinta-feira, setembro 24, 2009

Amar Adentro


Amar o Interior
Amar o que mais odeio em ti
o sol afinal não nasce todos os dias,
como dizias,
e rego de chuva o que deixaste em mim.

Amar-te pelo Interior
como se de sangue e carne se tratasse.
rego de chuva o que deixaste em mim.
lavo com lama o que mudaste.

Amar o que mais odeio em ti
faz de mim um perdedor,
bem o sei.
outrora corpo e mente, sedentos de ti.
hoje insecto, santo vs pecador.
sobrevive cabelo teu
em meus poros.
esconde-se,
para não se molhar,
sinto-o ao passar do dedo,
sinto-o ao trovejar.


Não sou poeta, mas insecto,
num jardim por mim construido.
nele vagueio e me protejo.
nuvem de canteiros e caminhos,
aroma por ti sentido.


Só sei


que a chuva que devia ser eterna,
como esse amor/ódio que mataste.
Amar adentro e ao invés portanto,
regar com lama o que mudaste...

em mim.
palavras: L.Cruz
Foto:L.Cruz



Esta Vida Não Vivi!


Será que na vida não vive
Quem na vida já viveu?
Ou será que terá vida
Quem nesta vida sofreu?
Eu morri e que vivo
Dentro do mundo que passou:
Nos versos que não morrerão,
Após rasgar a vida,
Irão lembrar quem chorou
E esta vida não viveu.
1971
Poema:Rogério Martins Simões
Foto:L.Cruz